Apressada

Depois de muito salto de pára-quedas, de algum buddy jumping, de umas maratonas, e umas quantas tentativas de tiro ao arco, num jogo de orientação onde me esqueci de ver se a bússola apontava o Norte correcto… dei por mim ainda mais longe da meta!

Parei, chorei, sentei-me, senti o cheiro da chuva, senti a falta de um abraço, senti-me meio perdida … quase que encontrada, respirei fundo lentamente, a sentir cada milímetro percorrido, cada espaço que o oxigénio ocupava ao encher os pulmões, senti o coração nas mãos e um estalo silencioso na alma.

Levantei-me, olhei para o mapa que tinha gravado nas mãos, olhei para a bússola, escrevi o Norte num Negrito Sublinhado , ficou gravado numa tatuagem que carrego em cada poro que sonha e quer mais. Olhei em frente para o abismo e dei meia volta de cabeça pesada e olhos no chão… Tinha para percorrer um caminho ainda mais comprido, onde os saltos teriam de ser escaladas, onde as canas de foguetes e as setas atiradas teriam de ser apanhadas e carregadas de volta.

Aqui estou eu a caminho do ponto de partida.
Foi a pressa, fui assim apressada como sou… 
E por ser, hoje, o que eu queria era mesmo nunca ter andado para trás, nunca ter saltado de pára-quedas e esquecido-me de mim dentro do avião, porque eu quero muito e a minha alma não acalma, sou enteada da pressa e filha do sonho, andei na escola da asneira a tirar o curso da utopia e acabei com a licenciatura do pé na poça!

Já não quero as coisas para ontem, mas ainda para hoje e o amanhã ainda faz parte desse caminho a percorrer… assim como sou, apressada!