Os sinos da criança no corpo da igreja, tocavam no chão do céu, o Padre Santíssimo sentado no corrido rezava mulheres de primeira fila e no canto redondo os olhos roxos benziam inocentes.
Esfumei-me no silêncio da nave lateral e o fumo subiu branco aos anjos de cabeças de caruncho. Saí ao badalar do meio e colei-me ao xisto pontiagudo. Foi o meu avó que o colou aqui, com o meu pai, o meu tio e o vizinho, todos parentes de paredes. O xisto cola no xisto que cola na história colada de todas as moradas de todas as casas primas. Essas camisolas de lã noveladas de padres de pedra aqueciam mãos que suavam festas oleosas pelos cabelos de Domingo em crianças brancas.
Saí ao badalar do meio e voltei na hora barulhenta de um Sol já alto com todas as cores com que sujei paredes, todos os gritos desafinados dos joelhos e ombros que mostrei, todos os panos que pespontei de moldes despidos, todos e tudo cheios de nada que contei à calçada calcária branca, às ruas cheias de sinos tijolos. Anos e sinos de milhões de histórias esquecidas de vidas camadas.
Voltei!
Onze badaladas, cabeças lavadas, roupas passadas, sentadas, castanhas, oradas. Sentei-me corrido como o Padre encolhido e assim me lembrei-me que do sino sozinho eu nunca me afastei.