Ganhei vida com o seu olhar, era um castanho doce e avelã que me adocicava o cérebro e quebrava barreiras. Pegava ao colo todas as minhas inseguranças e embalava histórias e lágrimas com palavras de solidez. Era amor feito casa com mestria em receber.
E no chão cresceram blocos para me proteger do vento e do frio, e fazer sombra, e impedir ladrões e ratos e baratas e nas janelas colocou mosquiteiras e grades porque há melgas ao pé do rio e osgas que sobem paredes. Usou cimento por baixo de telhas para impedir infiltrações…
Cada saudade minha, cada lonjura, passou a ser recebida com memória, com cobrança, com o rasgar de feridas cicatrizadas.
E a casa era pedra e tijolo frio e vidro pontiagudo e baço e não era casa, era prisão.
Não era amor era carrasco!
(Diz Que Disse Podcast)