De mão sobre o coração sinto as batidas da esperança e da saudade e sinto arritmias de comidas fartas, cozinhadas em panelas de barro.
Sou José e sou Maria, trabalho no duro com fama de mandrião. Sou o primeiro a dizer que isto vai mal, mas levanto-me e ganho voz quando me apontam o dedo, porque sou cavalo puro-sangue lusitano, porque tenho o hino mais bonito do mundo. Cantamos a chorar o amor, na língua com mais excepções.
Sou Sousa, sou Silva, sou Dias, e trago no nome o calor do Sol e a água fria, as montanhas verdes e a lezíria.
Sou o vizinho que tem ovos para dispensar e, a quem falta um pezinho de salsa. Dou bons dias e solto um sorriso a quem se aproxima, recebo de braços abertos quem se quiser juntar.
Sou filho da coragem, não tenho de ir, nem de ficar, por isso sou poliglota com má pronuncia e perito em desenrascar.
Sou treinador de bancada do melhor do mundo, sou adepto da aventura, sem me aventurar.
Corre-me nas veias este cantinho à beira mar!