Não sei escrever poemas por mais que continue a tentar.
Sou feita de histórias e de parágrafos,
Não me consigo toldar!
O meu ADN não me traz estrofes,
Que as vidas e os romances não têm métrica,
E eu não os consigo cantar.
Os meus olhos viam esperança nas rugas de sal,
Não viam vinte versos,
Só ondas de espuma de uma praia-mar.
O meu velho era avô e pai,
Era esperança de um dia a crise acabar.
Era sardinha para o almoço,
Que os turistas vinham ver saltar.
Era moço de rugas que sabia embalar,
Era calma que o sol teimava queimar.
Meu bronze, meu ser, meu rei,
Criaste filhos de pés descalços,
Para que pudessem sonhar.
Não sabias tu que de salto alto não se aprende a Amar!