Medos (EP.12)

Era impossível ficar sentado e eu bem que tentava, tentava respirar devagar, olhar para o lado, ver a cara das pessoas tranquilas nas suas conversas, pressionava a mesa de plástico, mas as mãos escorregavam, toda eu era invadida pela estimulação glandular que faziam da minha pele cachoeira, até que involuntariamente ganhava picos nas pernas que ejectavam o meu corpo para metros de distância.

E assim acabava sempre a minha história, com umas gargalhadas de fundo e umas quedas aparatosas.
Decidida que ninguém ia levar a melhor de mim, comecei a juntar dicas, experiências e truques.
Agora, viro a cara, canto baixinho, tremo a perna, levanto-me para ir à casa de banho, atendo uma falsa chamada, escolho melhor as mesas, já que há companhias que não se podem escolher.

(Diz Que Disse Podcast)